26 fevereiro, 2017

A NUVEM E EU

Por:
Michel Herbert Alves Florêncio
Regional MARANHÃO










A 10 mil pés, voando do norte ao sul do Brasil
neste imenso céu azul
consegui enfim extrair de ti, além das gotas da chuva,
a tua essência.

Notei-te tão pertinho de mim, ora homogênea, pura e límpida,
leve plenitude que segue, sem destino.
Ora densa, escura, informe e resistente ao vento, como eu.

Ora divinamente útil e até suficientemente sábia
para assim poder abrandar a ira do sol.
Ora revolta, uma verdadeira inversão do mar,
que deságua torrentes naufragando na terra,
culpados inocentes.

Tal qual a nuvem, multiforme em suas várias dimensões,
tento harmonizar na minha inquietude,
a terra, o mar e o céu,
em chuvas de versos em linhas de qualquer papel.

Assim como a nuvem, evaporo-me neste torrão
transpasso em muito ares sem perder jamais
de vista a minha missão.
Sou a própria substância em sentimentos
que inesperadamente se decompõe em gotas
trazendo refrigério ao mais ambíguo coração.
Está aí, enfim, a minha vocação.



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