17 novembro, 2017

BALADA DA FLOR E DO BEIJA-FLOR

Por:
Alitta Guimarães Costa Reis
Regional SÃO PAULO
E-mail: chai.alitta@hotmail.com








A FLOR
Amanhã, amor, imersa em mágoa e pranto,
Serei só, só dor, pulsando em desencanto...!
Sem me olhar, você voará bem depressa.
Uma parte de mim dirá: “Amo tanto...!”
Outra parte exigirá: “Jamais peça!”
Mas depois, amor, mais nada! C’est La vie”!
Tudo passa. Irei desfolhando,  ao sabor
Do vento, minhas pétalas, bem aqui.
E você voando, efêmero e fútil.
O beija‐flor sem a flor é um beijo inútil.
Você partirá, não sentirei rancor.
Das velhas entranhas da terra emergi,
Minhas filhas buscaram sol, noutro polo...
Perfume, cor, vida, morte, previ.
Terminando o ocaso de agonia e dor,
Sentirei visceralmente que vivi
O domínio da paixão, eterna flor...!
Pois perene é o jardim, e eu, amor.

O BEIJA--‐FLOR
Amanhã, amor, no preciso nem dizer,
Não estarei com você como estou hoje.
É, vou esquecer você completamente,
Não permitirei que entre em minha vida,
E que nada reste além da despedida.
Mas hoje, amor, é você quem eu mais quero,
Porque você veste o manto do mistério,
Porque me agrada conquistar você.
Juntos faremos as coisas mais gostosas,
Tudo lhe darei, serei como quiser...!
Mas depois, amor...mais nada! A vida passa,
E eu passarei por você com indiferença,
Num vivo contraste do que hoje eu sou.
Pois é assim que a vida me pertence,
E é assim que as coisas são para mim.
Eu vivo com horror da continuidade,
Não quero laços, apego, intimidade,

Prefiro o faz-de‐conta no amor...!


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